Um ente de paixão e sacrifício,
De sofrimentos cheio, eis a mulher!
Esmaga o coração dentro do peito,
E nem te doas coração, sequer!
Sê forte, corajosa, não fraquejes
Na luta; sê em Vénus sempre em Marte;
Sempre o mundo é vil e infame e os homens
Se te sentem gemer hão-de pisar-te!
Se às vezes tu fraquejas, pobrezinha,
Essa brancura ideal de puro arminho
Eles deixam pra sempre maculada;
E gritam então os vis: "olhem, vejam
É aquela a infame!" e apedrejam
A pobrezita, a triste, a desgraçada!
Florbela Espanca
De sofrimentos cheio, eis a mulher!
Esmaga o coração dentro do peito,
E nem te doas coração, sequer!
Sê forte, corajosa, não fraquejes
Na luta; sê em Vénus sempre em Marte;
Sempre o mundo é vil e infame e os homens
Se te sentem gemer hão-de pisar-te!
Se às vezes tu fraquejas, pobrezinha,
Essa brancura ideal de puro arminho
Eles deixam pra sempre maculada;
E gritam então os vis: "olhem, vejam
É aquela a infame!" e apedrejam
A pobrezita, a triste, a desgraçada!
Florbela Espanca
3 comentários:
Adorei o teu blog, está incrível!
Os teus "retratos" são muitos fortes e, neste caso, tratando-se de obras completamente amadoras, penso que se aplica a frase de George Bernard Shaw "Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma."
Parabéns e continua a surpreender-nos sempre e cada vez mais... com alma!
Beijos,
Aldina Bernardino
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